IDEC pede atuação da ANPD contra acordo que libera uso de dados pessoais por bancos

IDEC pede atuação da ANPD contra acordo que libera uso de dados dos cidadãos pelos bancos

O Instituto Brasileiro de Defesa do Consumidor questionou à Autoridade Nacional de Proteção de Dados (ANPD) em relação ao acordo de cooperação estabelecido entre a Secretária de Governo Digital (SGD), do Ministérios da Economia, e a Associação Brasileira de Bancos (ABBC) que possibilita as instituições financeiras acesso aos dados de cidadãos brasileiros armazenados no banco de dados da Identidade Civil Nacional (ICN).

A base de dados da ICN armazena dados da Justiça Eleitoral, do Sistema Nacional de Informações de Registro Civil (Sirc) e do Centro Nacional de Informações do Registro Civil (CRC Nacional). A plataforma Gov.br centraliza todas as informações e serviços públicos (ConecteSUS, INEP, Portal Meu INSS e outros) e também utiliza os dados da ICN.

O Acordo de Cooperação n° 27/2021 disponibiliza uma “degustação” de informações pessoais da ICN, incluindo dados sensíveis como biometria e eleitoral. Os especialistas do IDEC interpretam essa medida como potencial infração a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), visto que as normas da legislação não foram consideradas no Acordo de Cooperação, aparentemente.

O IDEC enviou uma solicitação à ANPD, pedindo esclarecimentos sobre alguns pontos específicos: o respaldo de base legal para o tratamento desses dados; as justificativas concretas de interesse público; o direito à autodeterminação informativa dos titulares de dados e as garantias quanto à segurança dos dados.

Tratam-se de objetivos extremamente amplos e abstratos, que utilizam os dados pessoais dos cidadãos coletados inicialmente para a finalidade de execução de política pública para melhorias dos aplicativos do Governo, mas também para uma melhoria não justificada e pouco transparente dos aplicativos de bancos”, expressa o ofício do Idec enviada à ANPD.

Segundo o Instituto, muitos bancos já possuem sistema próprio de reconhecimento facial de seus clientes, por isso, o Instituto questiona quais são as possíveis utilizações privadas desses dados e suas limitações, sendo que não houve uma justificativa comprovada para autorizar o governo a intervir na promoção dessa tecnologia, assim como a necessidade de fornecer estes dados. Por fim, o IDEC argumentou que esta ação, realizada sem consultar ou informar os cidadãos, evidencia falta de transparência, vulnerabilidade e ausência de controle dos titulares quanto aos seus dados pessoais, que, na maioria das vezes, são coletados compulsoriamente para uma infinidade de intenções.

Fonte: Telesíntese

Fonte: https://www.lgpdbrasil.com.br/idec-pede-atuacao-da-anpd-contra-acordo-que-libera-uso-de-dados-dos-cidadaos-pelos-bancos/

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